PTfranchising.com
Entrevistas

José Fontes, Coordenador Geral da Feira do Empreendedor

07-11-2011

A Feira do Empreendedor do Porto vai já na sua 14ª edição. Quais os principais objectivos na sua organização?

A Feira do Empreendedor é um evento que reúne, numa ampla área de exposição, stands de empresas e instituições (públicas e privadas) com relevância para o exercício empresarial, a promoção do empreendedorismo, o apoio ao emprego e a qualificação profissional. Neste sentido, os principais objectivos do evento organizado pela ANJE são a promoção empresarial, a comercialização de bens e serviços de apoio ao empreendedorismo, a reflexão e debate sobre assuntos com pertinência para o mundo dos negócios e a realização de networking entre empreendedores, investidores e decisores públicos.

 

Qual é o público-alvo da Feira do Empreendedor?

Jovens com projectos de empreendedorismo (ideia de negócio, seed capital ou start-up); jovens que pretendam entrar no mercado de trabalho, obter formação ou fazer evoluir as suas carreiras profissionais; empresas que comercializem produtos ou serviços direccionados para os empreendedores; investidores públicos e privados; instituições de apoio ao empreendedorismo, ao emprego e à qualificação.

 

O que pode um visitante encontrar nesta edição e quais as principais novidades face aos eventos anteriores?

Os pontos fortes desta edição da Feira do Empreendedor são a Mostra New Franchising, onde vão estar reunidas as mais recentes novidades desta modalidade de negócio; a Mostra de Soluções de Financiamento (bancos, capitais de risco, business angels, consultoras, outros investidores e apoios financeiros públicos e privados), a Mostra Green Biz (entidades e empresas que disponibilizam tecnologias sustentáveis) e a Mostra Tecnológica (empresas de última geração que intervêm no âmbito das novas soluções tecnológicas). Os salões temáticos de exposição são igualmente quatro e complementam a distribuição no terreno de um vasto conjunto de entidades públicas e privadas com relevância para o exercício empresarial, a promoção do empreendedorismo, o apoio ao emprego e a qualificação profissional: Salão do Franchising e Oportunidades, Salão de Apoio à Criação e Gestão de Empresas, Salão do Futuro e Salão High Tech / High Biz. No total são 110 empresas, distribuídas por 2000 m² de área de exposição.

No plano das actividades paralelas, a Feira do Empreendedor 2011 apresenta como novidade a Sessão Women Inov, onde jovens mulheres empreendedoras de elevado potencial têm a possibilidade de partilhar o seu testemunho empresarial inovador, num formato relativamente informal e de proximidade com a plateia. O programa suplementar à exposição de empresas inclui também um ciclo de 21 conferências práticas, um conjunto de seis workshops sobre “Como Criar um Negócio Específico” e duas sessões de simulação de entrevistas de emprego.    

 

Como é feita a inscrição no evento e qual o seu custo por pessoa?

Com a excepção da iniciativa denominada “jantar de negócios à mesa”, todas as iniciativas são de participação gratuita, sujeita a convite (no caso da exposição) e ao registo no check-in no caso das restantes iniciativa. Poderão consultar todas as condições de acesso e obter convites gratuitos em www.anje.pt/feira

 

Existe algum tipo de “soluções anticrise” que possamos encontrar na Feira?

Na actual conjuntura recessiva, o principal entrave ao empreendedorismo é a escassez de financiamento às empresas. Os critérios de concessão de crédito tornaram-se significativamente mais restritivos, sobretudo para as PME. Este “apertar da malha” traduziu-se em spreads mais elevados, bem como na exigência de novas condições contratuais. Assim se explica, em larga medida, que na 14.ª Feira do Empreendedor haja uma preocupação acrescida com as condições de investimento e com a liquidez das empresas. De tal forma que o evento promovido pela ANJE inclui uma Mostra de Soluções de Financiamento, onde os visitantes podem conhecer e adquirir produtos financeiros da banca tradicional, fundos de investimento, capital de risco, business angels, incentivos ao empreendedorismo (públicos e privados), serviços de consultadoria, entre outras modalidades de apoio à iniciativa empresarial.

 

Num período conturbado como o actual, acha que ainda existe viabilidade em empreender em Portugal?

Já em diferentes ocasiões manifestei publicamente a ideia de que a crise traz oportunidades de negócio. Não se trata de uma boutade. De facto, a retracção económica pode abrir portas não só a negócios adequados ao “espírito do tempo” como a projectos empresariais inovadores, criativos e de valor acrescentado.

Como existe menos dinheiro disponível, os consumidores tendem hoje a ser mais selectivos nas suas compras. Procuram sobretudo produtos/serviços de utilidade imediata e inequívoca e com boa relação preço/qualidade, durabilidade comprovada, factores de diferenciação e capacidade para gerar emoções (designadamente, estimular a auto-estima num momento difícil como o que estamos a viver). Neste sentido, os empreendedores têm de perceber o actual funcionamento do mercado. Isso implica antever as atitudes de quem compra (o que está subjacente à decisão de adquirir um produto/serviço) mais do que elaborar sofisticadas estratégias de venda. 

 

Quais são as suas perspectivas para a Feira do Empreendedor, para este e para os próximos anos?

A Feira do Empreendedor irá, seguramente, manter-se como um evento de referência na promoção da iniciativa empresarial no nosso país. Durante o evento vai continuar a ser possível a partilha de conhecimento especializado, a troca de experiências na área do empreendedorismo, o desenvolvimento de ideias de negócio, a aquisição de produtos e serviços de apoio à iniciativa empresarial, a promoção da inovação, o contacto com novas tecnologias, a prospecção do mercado de trabalho, a reflexão sobre temas pertinentes para os jovens empreendedores... ou o simples convívio num ambiente motivador, optimista e proactivo.

Naturalmente que o figurino do evento sofrerá ligeiras adaptações em conformidade com o contexto económico do país, as necessidades dos empreendedores naquele momento e o quadro de incentivos à iniciativa empresarial em vigor.