13-11-2012
A Feira do Empreendedor do Porto vai já na sua 15ª edição. Quais os principais objetivos na sua organização?
O objetivo principal da Feira do Empreendedor é promover o empreendedorismo jovem, em conformidade com a missão e o espírito fundacional da ANJE. Com o evento, a nossa associação cria um fórum onde atuais e potenciais empreendedores têm acesso a conhecimento, tecnologia, produtos, serviços e oportunidades para desenvolverem um negócio ou ingressarem no mercado de trabalho. Neste pressuposto, o espaço expositivo da Feira do Empreendedor reúne stands de empresas e instituições (públicas e privadas) com relevância para o exercício empresarial, a promoção do empreendedorismo, o apoio ao emprego e a qualificação profissional.
Neste local vão ser comercializados bens e serviços de apoio ao empreendedorismo, sendo ainda possível obter informação ou mesmo requer aconselhamento sobre criação de negócios, sistemas de incentivo, produtos financeiros, ofertas de emprego, gestão de carreira, formação especializada, entre outros assuntos igualmente importantes. Haverá ainda momentos de reflexão e debate sobre temas com pertinência para o mundo dos negócios e a realização de networking entre empreendedores, investidores e decisores públicos.
Qual é o público-alvo da Feira do Empreendedor?
O público-alvo da Feira do Empreendedor são os empreendedores por conta própria, os empreendedores por conta de outrem, as PME que oferecem produtos e serviços úteis ao empreendedorismo (financiamento, recursos humanos, marketing e publicidade, TIC, consultadoria, formação, saúde, lazer, etc.), as autarquias, os centros empresariais e de incubação, os franchisadores, os estudantes do ensino superior e profissional e as instituições do ensino superior.
O que pode um visitante encontrar nesta edição e quais as principais novidades face aos eventos anteriores?
A principal novidade desta 15.ª edição da Feira do Empreendedor é o inovador programa New Business Accelerator. Trata-se de um acelerador de novos negócios, que tem por base uma metodologia com três etapas: DSI – Dream, Start e Invest. O objetivo é estimular e apoiar a iniciativa empresarial, acompanhando jovens empreendedores desde a ideia de negócio ao seu financiamento e materialização.
Cada uma das fases Dream, Start e Invest corresponderá a uma jornada de preparação, tutoria e apoio informativo/consultivo, visando acelerar ideias, planos de negócio e processos de financiamento. No primeiro dia do evento, 22 de novembro, os temas “NovaMente”, “Inspiring to Action”, “Inteligência Emocional” e “Sonhalidade” compõem as sessões de trabalho, envolvendo profissionais da Academia das Emoções, da Power Coaching, da EME Saúde e da Team Building. Sob o mote “Start”, o dia 23 de novembro dá seguimento ao programa com um conjunto de temáticas associadas à materialização de novos projetos no contexto atual, a saber: “Pensar Global” (Global Sport), “Marketing de Guerrilha – low budger/maximum return” (Bazooka), “Criatividade nas Apresentações em Público” (FORDOC) e “Como Deslumbrar os seus Clientes” (Wurth Portugal). Por fim, durante toda a manhã do dia 23 de novembro, os dez projetos de empreendedorismo qualificado envolvidos serão apresentados perante um painel de investidores.
Quais têm sido as principais mais-valias desta iniciativa, referidas pelos expositores e visitantes da Feira das edições passadas?
A principal mais-valia da Feira do Empreendedor é a sua capacidade de concentrar, num só espaço, uma série de ferramentas, serviços, produtos e dados de utilidade inequívoca para atuais e potenciais empreendedores. E tudo isto a preços de ocasião! Além disso, a Feira do Empreendedor facilita o contacto com entidades e programas que promovem o emprego jovem, o desenvolvimento de carreiras ou a iniciativa empresarial. Por fim, há também uma partilha de conhecimentos, experiências e contactos entre empreendedores, investidores, instituições financeiras e decisores públicos que, por vezes, resulta em iniciativas empresariais.
Como é feita a inscrição no evento e qual o seu custo por pessoa?
Com exceção do jantar de networking “Negócios à Mesa”, os visitantes acedem gratuitamente ao evento (espaço expositivo e iniciativas) através de convite digital, disponível na página http://feiradoempreendedor.anje.pt/site/quero-visitar-a-feira. Para os expositores, os preços variam entre os 200€ + IVA e os 969€ + IVA (para os três dias), dependendo do tipo de stand escolhido.
Existe algum tipo de “soluções anticrise” que possamos encontrar na Feira?
O programa New Business Accelerator afigura-se como um forte impulso ao empreendedorismo jovem. Ora, a nosso ver, a solução para a atual crise passa, em boa medida, pelo crescimento do empreendedorismo. A capacidade de não nos resignarmos perante as adversidades que o país enfrenta depende muito do espírito empreendedor que os portugueses revelarem, em particular as novas gerações. Importa ter a noção de que, de facto, o empreendedorismo cria riqueza e postos de trabalho. Ora, sem criação de riqueza, Portugal não conseguirá consolidar as finanças públicas e amortizar a dívida soberana. Assim como, sem criação de postos de trabalho, o desemprego no nosso país tenderá a agravar-se para níveis social e eticamente incomportáveis.
Num período conturbado como o atual, acha que ainda existe viabilidade em empreender em Portugal?
Naturalmente que temos consciência dos entraves que se colocam hoje ao empreendedorismo: o crédito bancário é escasso e caro, o mercado doméstico está em forte contração, os mercados de destino das nossas exportações encontram-se em recessão e a carga fiscal não para de subir. Ainda assim, há janelas de oportunidade que podem ser abertas pelos nossos jovens qualificados, aproveitando os incentivos comunitários e públicos ao empreendedorismo, bem como as condições que as associações empresariais, as universidades e as instituições promotoras do desenvolvimento estão a dar para a criação de start-ups. Por outro lado, alguns custos de contexto baixaram significativamente por efeito da crise, sendo hoje, por exemplo, bastante mais acessível a contratação de recursos humanos qualificados.
Quais são as suas perspetivas para a Feira do Empreendedor, para este e para os próximos anos?
As dificuldades económicas do país reforçam a nossa obrigação de melhorar, de ano para ano, a qualidade e a abrangência da oferta de produtos e serviços destinados ao empreendedorismo. Sendo o empreendedorismo uma das principais vias de integração profissional em conjunturas de retração do mercado de trabalho, é importante que a Feira do Empreendedor apoie cada vez mais e melhor os jovens nos seus processos de criação do próprio emprego. Ou, em alternativa, que seja capaz de reunir empregadores com ofertas de emprego em quantidade e qualidade para os jovens que nos visitam.
No fundo, a Feira do Empreendedor vai continuar a incutir esperança na nossa juventude, ao apontar o empreendedorismo como uma janela de oportunidade para quem deseje realizar-se profissionalmente.